quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

# 1

acordei e era o sol

nas curvas dela o cheiro verde da atlântica escorria
o véu anil se espalhava fractal
nós braços abertos

preciso e só
sapatos de cânhamo e borracha
calças curtas pra deixar ver a paisagem
levo o peso de uma possível camisa xadrez pro frio
o livro que leio quando quero abduzir
duas bananas duas mexericas
uma goiaba
e água

me elevarei a lá

trotei do quinto andar
até a júlio de castilhos
dei a volta no pavão
passeei pelo vinícius

cá cheguei na água parada

'aqui sempre olho pra trás
tem uma curva de concreto que paira a metros do pavãozinho

segui o caminho dos socós que voavam seu jardim
pra pousar de novo o dos lage

sem querer entrei num reino aquático
contemplei fundo olhos de um tubarão

'é que a sabedoria meu filho é o começo de um labirinto

um
e parto

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